sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mas será que eu estou falando turco?

Nunca tinha me passado pela cabeça visitar a Turquia. E olhe que eu tenho uma imaginação bem viajante. Mas, lendo uma coisa aqui, outra lá, resolvi. Ignorante que sou, cheguei lá bem no Ramadã. Cheguei não, chegamos. Minha mãe também foi.
Horas de viagem, conexão tumultuada em Madri - quase o avião se foi nos deixando para trás, pousamos. Todos os alemães, holandeses e finlandeses tiveram a mesma ideia. Fila imensa na imigração, dois funcionários. Parece um país que eu conheço bem. Vencida a barreira, esteira de bagagens. Minha mochila apareceu rapidinho. Já a mala de mamis, nada. Mala preta, comum, se não contasse com inúmeras fitas vermelhas como adorno. Para melhor identificação, disse ela. Sei.
Roda, roda e roda. Uma mala preta apareceu. Sem fitas. Diálogo:
- Arrombaram a minha mala.
- Mãe, tem certeza que essa é a sua mala?
- Lógico! Eu não vou conhecer a minha mala! Arrombaram.
- Mas, mãe, a mala está fechada.
- Roubaram as fitas, ué.
Pensando nesse estranho fetiche turco por fitas, fomos. Fiscalização zero. Corta.
Hotel.
- Yara, essa não é a minha mala!
- Pelo peso, parece que tem um cadáver dentro.
- Ai, meu deus! E agora?
- Agora você compra uma burca. É moda por aqui. Vamos jantar.
Tá certo que eu tive sossego. Consegui convencer a querida mamãe que no dia seguinte resolveríamos tudo, ok? Fui dormir pensando em como resgatar uma mala perdida em um aeroporto onde todo mundo fala turco.
Nem foi tão difícil assim. O gerente do hotel escreveu um bilhetinho e munida de tal passaporte me mandei pro aeroporto. Mostrei o bilhete a um guarda. Ele riu. Me levou até outro guarda, que também riu e mostrou para aquele que parecia seu chefe. Esse não riu. Esbravejou. Por fim, achamos o depósito de malas trocadas e lá estava ela, cheia de fitas vermelhas.
Até agora, eu não sei o que estava escrito no bilhete. Se tiver alguém que entenda turco, por favor, deixe a tradução na caixa de comentários.


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