terça-feira, 1 de novembro de 2011

Pura Vida?

Eu posso dizer que quase morri. Só de ler sobre a Costa Rica já me deu cansaço: o país conta com mais de 1000 espécies de orquídeas e mais de 10.000 de outras plantas. Nos seus bosques abundam animais selvagens e sei lá quantos tipos de aves, repteis e peixes de água doce. Além disso, tem vulcões, muitos vulcões. Mas eu tenho uma filha bióloga e também fortes tendências masoquistas.E lá fomos nós. Uma escalinha em Lima - ótimo aeroporto, com uma confortável sala para fumantes desesperados como eu, e outro avião. Chegando lá, uma van nos esperava para irmos diretamente para o região do Arenal, o nosso primeiro vulcão. E a a primeira parada no meio da estrada para podermos apreciar a paisagem exuberante aconteceu antes mesmo dos primeiros 30 minutos de viajem. Assim foi.

Chegamos em La Fortuna, onde fica o Parque Nacional do Vulcão Arenal - lá esse negócio de preservação é levado a sério - e nos instalamos em um ótimo hotel (Arenal Lodge) , de cara com o vulcão homônimo. Ainda bem que o bicho tava quietinho. Explicou o guia que os vulcões da Costa Rica quando entram em erupção dificilmente expelem lava, mas sim pedras incandescentes gigantes. Eu vi algumas delas. Menos mal que já estavam bem morninhas.
A programação por lá foi: pela manhã, um tal de passeio pelas ¨puentes colgantes¨. Eu sabia o que significava colgante. Só não tinha a puta ideia que elas colgavam a centenas de metros acima de um rio. Foi um tal de sobe, sobe e sobe. Eu, que morro de medo de altura, ficava feliz da vez cada vez que tinha que atravessar uma das pontes: pelo menos eram em linha reta. Fim da sessão do Tarzã, início da epopéia escalada
Tive que dar uma uma pausa para recuperar o fôlego.
Mas como a história não fala dos covardes, fui.
O mais humilhante é que no caminho encontrei muitos jovens que pareciam estar subindo as escadas da entrada de um shopping. Todos conversando e rindo como se nenhuma pedra, nenhum abismo, nada, nada fosse um obstáculo.
Já sei, já sei. A idade cobra.
Sei lá como fui parar lá no alto. Quer dizer, sei. Minha filha me empurrava pelas costas e cada jovem que passava dava uma forcinha.
Dizem que o que se avista do topo é lindo. Não posso afirmar. Quando não consigo respirar também não sou capaz de enxergar. Vi depois, pelas fotos. Um gigantesco lago artificial cuja origem é, no mínimo, aterradora: o fosso cavado por uma das erupções do Arenal foi preenchido com água e é usado para esportes náuticos e pesca. Até peixes os caras conseguiram colocar lá. Isso que é saber fazer bom aproveitamento de tudo. Até de buraco.
Como tudo que começa mal termina ainda pior, tive que descer aquela montanha quase de joelhos. Ainda bem que outro bom aproveitamento do vulcão me esperava: piscinas termais rodeadas de bares e cervejas geladas.
Ave! Vulcano. Evoé! Hefesto.



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