O Chile vivia uma ditadura - mais uma no meu currículo. Pior, havia toque de recolher.
O que significava deixar mais de 30 homens depois de um dia inteiro de trabalho (ok, sempre com vinho disponível), confinados em um hotel. Tudo bem, o desespero durou pouco. Éramos todos criativos.
Alguém, cujo nome não conto nem sob tortura, descobriu um cabaré que ficava aberto a noite inteira. A condição era: entrem até as 21h e saiam depois da 7h. E foi só felicidade.
Tropicana era o nome do local. Marujos, travestis, stripper, doidos de todos os lugares do planeta atracavam ali para passar o tempo. Tinha a Mulher Busto (mãe de todas as mulheres melancias, peras, maçãs?), a Louca Por Ti America, o que bebia mesmo dormindo - tinha uma técnica invejável: deixava a garrafa apoiada em um copo e a bebida ia caindo na sua boca como em conta gotas enquanto ficava com a cabeça apoiada na mesa. Sensacional.
Como as poucas mulheres que integravam a comitiva delegada não queriam ficar sozinhas no hotel, lá íamos nós.
Foi uma bebedeira, uma risadaria, uma congregação só. Como nem tudo é perfeito, os chilenos não participavam da festa.
O resultado disso foi que o workshop resultou bem menos produtivo do que se esperava. Mas, a festa de encerramento, agora com a presença dos chilenos, foi lá mesmo. No Tropicana.
Saudades do chefe que só me metia em encrencas.
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